Os 6 erros mais cometidos nos negócios
- Duilio Alves de Moraes
- 26 de jan.
- 4 min de leitura

Estudos divulgados pelo SEBRAE em 2023, tendo como base os dados da Receita Federal e pesquisas de campo realizadas entre os anos de 2018 e 2021, demonstram os principais desafios de quem decide empreender no Brasil.
A maior taxa de mortalidade está entre os MEIs, sendo que 29% fecham após 5 anos de atividade. Vale ressaltar que muitos microempreendedores individuais entram no mercado por necessidade e não por espírito empreendedor propriamente dito. São profissionais que abrem um CNPJ na tentativa de obterem uma renda até que consigam uma recolocação, ou até mesmo para se adequarem ao mercado que cada vez mais têm adotado a postura de abrir postos de trabalho com contratação no regime (PJ), a chamada pejotização.
Já as MEs têm taxa de mortalidade intermediária entre os pequenos negócios, 21,6% fecham após 5 anos de atividade. As EPPs têm a menor taxa de mortalidade, 17% fecham após 5 anos de atividade.
No estudo pode-se verificar uma série de aspectos que são comuns à maioria dos negócios:
Maior proporção de pessoas que estavam desempregadas antes de abrir o negócio;
Menor conhecimento/experiência anterior no ramo;
Maior proporção de quem abriu por exigência de cliente/fornecedor;
Maior proporção de quem abriu por necessidade;
Maior proporção de quem conhecia menos aspectos relevantes do negócio;
Tiveram menos acesso ao crédito (pediram menos e conseguiram menos);
Tinham menos iniciativa em aperfeiçoar o negócio;
Fizeram menos esforços de capacitação;
Perto de metade das empresas que fecharam em 2020 considera que “a pandemia foi determinante”.
Entre os fatores determinantes para esse cenários estão:
1. Pouco preparo pessoal
Em média, 42% fizeram alguma capacitação. Mas no grupo das empresas fechadas foi maior a proporção de quem não fez nenhuma capacitação;
Entre as empresas em atividade, foi maior a proporção de quem abriu porque “identificou uma oportunidade”.
Nota-se aí que quem abriu uma empresa por vislumbrar um oportunidade de negócios se manteve ativa. Isso demonstra que o empresário soube identificar uma necessidade do mercado, estudou, se preparou e criou estratégias para o desenvolvimento do seu negócio a partir de um bom planejamento.

2. Planejamento do negócio deficiente
17% afirmam não ter feito nenhum planejamento e 59% dizem ter feito para no máximo 6 meses;
Muitos deixaram de levantar informações relevantes para criar o negócio.
Muitos microempresários não fazem um planejamento financeiro adequado, subestimando custos e superestimando receitas. Isso pode levar a problemas de fluxo de caixa, dificultando o pagamento de fornecedores e funcionários, e eventualmente causando a falência da empresa.
Por isso é fundamental elaborar um plano financeiro detalhado, incluindo previsões de receitas e despesas, e manter um controle rigoroso das finanças da empresa.
3. Gestão do negócio deficiente

Na “gestão do negócio” as empresas que sobreviveram se mostraram mais ativas;
Diferenciação/adaptação de produtos/serviços foi estratégia relevante para a sobrevivência.
O erro mais comum é lançar produtos ou serviços sem uma compreensão clara de quem é o cliente ideal. Isso resulta em estratégias de marketing ineficazes e produtos ou serviços que não atendem às necessidades do mercado. É de extrema importância realizar pesquisas de mercado para entender melhor o público-alvo e adaptar ofertas e estratégias de marketing para atender a essas necessidades.
4. Negligenciar o Marketing

Acreditar que o marketing é desnecessário ou não investir tempo e recursos suficientes em estratégias de marketing. tem como consequência a falta de visibilidade no mercado, o que pode resultar em baixas vendas e crescimento estagnado.
Por isso é fundamental desenvolver e implementar um plano de marketing abrangente, utilizando várias plataformas e táticas para aumentar a visibilidade e atrair clientes.
5. Misturar Finanças Pessoais e Empresariais
Utilizar a conta bancária pessoal para transações comerciais e vice-versa torna difícil monitorar a saúde financeira da empresa e pode causar problemas legais e fiscais. O desequilíbrio financeiro da vida pessoal pode contaminar as contas da empresa, dificultando a visualização da real situação do negócio. Manter contas bancárias separadas para a empresa e para uso pessoal e registrar todas as transações financeiras da empresa de maneira organizada é imprescindível para se ter uma empresa saudável.
6. Não Buscar Assessoria Profissional
Por fim, tentar gerenciar todos os aspectos do negócio sozinho, sem buscar ajuda de especialistas. Tomada de decisões inadequadas devido à falta de conhecimento especializado em áreas como financeiro, contabilidade, jurídico, e gestão de negócios.
A solução é investir em assessoria profissional, como contadores, advogados e consultores de negócios, para garantir que a empresa esteja bem administrada e em conformidade com as regulamentações.
A área financeira é uma das que mais carece de conhecimentos específicos na gestão do negócio.
Em geral, os empresários sabem da importância de se ter um contador, mesmo porque a legislação exige isso, mas creem que podem administrar as finanças baseadas em seus conhecimentos, porém estes são superficiais e não contemplam a complexidade, o foco e o nível de detalhamento que a função exige.
A Gestão Financeira vai muito além de pagar boletos.
O profissional gestor da área financeira precisa:
manter os registros financeiros precisos e organizados, incluindo receitas, despesas, ativos e passivos;
preparar relatórios financeiros periódicos, como balanços, demonstrações de resultados e demonstrações de fluxo de caixa;
assegurar que a empresa esteja em conformidade com as leis e regulamentos fiscais e contábeis;
analisar indicadores financeiros chave, como margem de lucro, rentabilidade e retorno sobre investimento (ROI);
avaliar o desempenho financeiro da empresa e identificar áreas de melhoria;
fornecer dados financeiros e análises para apoiar a tomada de decisões estratégicas;
gerenciar o capital de giro para garantir que a empresa tenha recursos suficientes para suas operações diárias;
avaliar e propor investimentos que possam trazer retorno financeiro para a empresa.
identificar necessidades de financiamento e buscar opções de crédito ou investidores, se necessário;
contribuir para o planejamento estratégico da empresa, identificando oportunidades de crescimento e expansão;
identificar e mitigar riscos financeiros que possam impactar a empresa.
manter um bom relacionamento com bancos, investidores, fornecedores e outros stakeholders financeiros;
implementar e gerenciar sistemas de software para contabilidade e gestão financeira.
automatizar processos financeiros para aumentar a eficiência e reduzir erros.
treinar a equipe em práticas financeiras básicas e no uso de sistemas financeiros.
manter-se atualizado com as melhores práticas e mudanças nas regulamentações financeiras.
Veja o quão complexo é o papel do Gestor Financeiro e o quanto de tempo e atenção é exigido dessa função.
Por isso é fundamental que se tenha um profissional com experiência na Gestão Financeira que dê atenção plena que a área precisa, ao mesmo tempo que permite que o empresário cuide dos aspectos estratégicos do negócio.
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